Como as terapias complementares vem se desenvolvendo ao longo da história?



Como as terapias complementares vêm se desenvolvendo ao longo da história?

Qual o contexto das terapias do bem estar na sociedade?

As terapias complementares foram perseguidas e desacreditadas ao longo da história, apesar de seus potenciais benefícios para a saúde e bem-estar, por questões de preconceito, interesses políticos e financeiros, e pela falta de compreensão e aceitação geral.

Apesar de cada vez mais se expandir as políticas de inclusão das práticas integrativas e complementares no Brasil, as terapias complementares foram perseguidas e difamadas por conta de interesses financeiros e políticas de exclusão e crenças pré estabelecidas que já vem perdurando por séculos. 

Esses preconceitos autoritários juntamente com a falta de conhecimento da população em geral já vem sendo arraigados desde o tempo do Império Romano, da Idade Média, a conhecida “Idade das Trevas” e da Escravatura,  e toda essa história do mundo vem impactando os valores até os dias atuais. 

Império Romano

O Império Romano durou aproximadamente 500 anos, desde a fundação da cidade de Roma em 753 a.C. até a queda de Roma em 476 d.C. 

No entanto, essa data marca o fim do Império Romano do Ocidente; o Império Romano do Oriente, com sua capital em Constantinopla, continuou a existir por mais mil anos, até cair para os turcos otomanos em 1453.

No Império Romano do Ocidente, a prática medicinal com plantas não era proibida de forma geral. 

Na verdade, o conhecimento sobre as propriedades medicinais das plantas era bastante valorizado e muitos médicos romanos utilizavam ervas e plantas em seus tratamentos. 

No entanto, a medicina na época era influenciada por várias crenças e práticas, incluindo elementos religiosos e supersticiosos, e o acesso à educação médica era limitado. 

Portanto, enquanto algumas formas de medicina herbal eram aceitas e praticadas, outras poderiam ser vistas com desconfiança ou até mesmo proibidas, dependendo do contexto específico e das autoridades envolvidas.

Idade Média

A Idade Média ou das Trevas foi o termo adotado pelos humanistas do século XVII, onde generalizaram toda a civilização da Europa do século IV ao século XV como um tempo de ruína e flagelo, tempo da inquisição da igreja católica que perseguia tudo que fosse contrário aos interesses da igreja.

A Idade Média é geralmente considerada como começando por volta do século V com a queda do Império Romano do Ocidente e terminando por volta do século XV com o início do Renascimento.

O acesso ao conhecimento durante a Idade Média era muito difícil, até a Bíblia tenha seu acesso e interpretação  controlados pela Igreja Católica. 

A Vulgata, uma versão da Bíblia em latim, era a principal fonte de referência e era usada em cultos e liturgias. No entanto, as traduções para idiomas vernáculos eram limitadas e a interpretação das Escrituras era realizada principalmente pelos clérigos. Isso mudou com a Reforma Protestante no século XVI, que promoveu a tradução da Bíblia para idiomas comuns e incentivou a leitura e interpretação individuais das Escrituras.

Na Idade Média, a prática medicinal com plantas não era proibida de forma generalizada. Na verdade, o uso de plantas na medicina era amplamente difundido e muitos tratamentos eram baseados em preparações à base de ervas. 

As chamadas "ervas medicinais" eram frequentemente usadas para tratar uma variedade de doenças e condições de saúde. 

No entanto, a prática da medicina na Idade Média estava muitas vezes associada à religião e ao conhecimento tradicional, e as plantas medicinais eram muitas vezes administradas por curandeiros, monges e outros praticantes da medicina que passavam seus conhecimentos oralmente. 

Além disso, o conhecimento sobre as propriedades das plantas e seu uso medicinal era transmitido principalmente por meio de manuscritos, e o acesso a esse conhecimento poderia ser limitado. 

Portanto, embora a prática medicinal com plantas não fosse proibida, ela estava sujeita a várias influências culturais, religiosas e sociais da época.

Na Idade Média, muitas das mulheres que foram acusadas de bruxaria e perseguidas muitas vezes eram curandeiras ou praticantes de medicina herbal. Elas geralmente utilizavam plantas medicinais e outros métodos terapêuticos tradicionais para tratar diversas doenças e condições de saúde em suas comunidades. 

No entanto, o uso dessas práticas muitas vezes as colocava em conflito com as autoridades religiosas e civis da época. 

As autoridades da Igreja Católica viam muitas dessas práticas como heréticas ou associadas ao paganismo, e a medicina herbal podia ser considerada uma forma de magia negra. Isso levou à perseguição e execução de muitas mulheres acusadas de bruxaria, em uma era marcada pela intolerância religiosa e pela superstição. 

Embora o uso de plantas medicinais não fosse a única razão para a perseguição das bruxas, era certamente um fator contribuinte.

Mas historicamente, muitas práticas de cura e terapias alternativas foram desacreditadas e perseguidas, especialmente durante períodos de poder institucionalizado, como a Idade Média e a Inquisição da Igreja Católica. 

Essa perseguição foi muitas vezes motivada por interesses políticos e religiosos, visando manter o controle sobre o conhecimento e a população. 

A escravatura nas Américas

Na Europa O Renascimento teve seu início no século XIV na Itália, marcando um período de renovação cultural, artística e científica após a Idade Média. Foi caracterizado por uma valorização da cultura clássica greco-romana, o desenvolvimento da arte, da ciência e da filosofia, e um maior interesse pelo conhecimento humano e pela razão. O renascimento das artes, a redescoberta dos textos clássicos, os avanços na ciência e a ênfase na individualidade e na capacidade humana foram algumas das principais características desse período de grande transformação cultural na Europa.

Enquanto o Renascimento ocorria na Europa, as Américas enfrentavam períodos de colonização e escravidão. Especificamente nas Américas, o continente foi colonizado pelos europeus durante o século XVI, levando à exploração dos povos nativos  e à introdução do sistema escravista, que envolvia a captura e o comércio de africanos escravizados, eram trazidos a força e obrigados a escravidão, trabalhos duros e penas crueis Enquanto o Renascimento europeu marcava um período de renovação cultural e intelectual, as Américas estavam sujeitas à exploração e à violência colonial.

A duração da escravidão variou em diferentes países e regiões. No Brasil, a escravidão durou aproximadamente 350 anos, desde a chegada dos primeiros africanos escravizados em 1538 até a abolição oficial da escravidão em 1888, com a assinatura da Lei Áurea.

 Na maioria dos países latino-americanos, a escravidão foi gradualmente abolida durante o século XIX, embora as formas de trabalho servil e coerção tenham persistido por mais tempo em algumas áreas.

O ódio , o racismo e a desumanização contra o negro ficou extremamente arraigada na mentalidade da sociedade e infelizmente ainda perfura até os dias atuais, mesmo após 130 anos de abolição. A falta de empatia e da compreensão mais profunda das necessidades da população e a corrupção levam a crenças que são muitas vezes pela incompreensão, pela violência que vive a sociedade atual. 

Até a atualidade também persiste  um preconceito da utilização de ervas, cânticos e rezas por conta do preconceito racial derivado da escravatura e da cultura africana. 

A utilização de ervas, cantigas e rezas foi estigmatizada e muitas vezes associada ao preconceito racial derivado da escravidão e da cultura africana. 

Durante o período colonial e mesmo após a abolição da escravatura, as práticas tradicionais africanas foram frequentemente demonizadas e vistas como inferiores pela sociedade dominante. Isso levou ao estigma associado à medicina tradicional e espiritualidade africana, resultando em preconceito e discriminação contra aqueles que praticavam essas formas de expressão cultural e espiritualidade. Esse preconceito persistiu em diferentes graus até os dias atuais, embora haja um movimento crescente de valorização e resgate das tradições africanas e afrodescendentes como parte importante da identidade cultural e espiritual de muitas comunidades.

 A Era Industrial

Também vivemos em uma era onde o modelo farmacêutico científico prevalece e o poder medicinal das plantas muitas vezes é desacreditado em comparação aos medicamentos industrializados. O desenvolvimento da indústria farmacêutica trouxe avanços significativos na produção de medicamentos sintéticos, que são padronizados, dosados e testados de acordo com protocolos científicos rigorosos. Isso levou à preferência por medicamentos patenteados e promovidos pela indústria, muitas vezes em detrimento das terapias naturais baseadas em plantas.

Os remédios industrializados são amplamente comercializados e prescritos por profissionais de saúde, e seu uso é incentivado pela conveniência, praticidade e eficácia percebida. No entanto, essa abordagem muitas vezes negligencia os benefícios das terapias complementares baseadas em plantas, que têm sido utilizadas há milhares de anos em diversas culturas ao redor do mundo.

Há um movimento crescente em direção à integração da medicina tradicional e complementar com a medicina convencional, reconhecendo os benefícios das abordagens holísticas para a saúde. No entanto, ainda há desafios significativos a serem superados, incluindo o ceticismo em relação às terapias naturais, a falta de regulamentação e padronização dessas práticas e a influência da indústria farmacêutica na promoção de medicamentos sintéticos.

No entanto, hoje em dia, as terapias complementares estão sendo cada vez mais reconhecidas e integradas aos sistemas de saúde, à medida que se acumulam evidências de seus benefícios e eficácia para a saúde e o bem-estar das pessoas.


Expansão da China

Com a expansão do comércio da China nas últimas décadas, houve uma maior disseminação da medicina tradicional chinesa e das terapias orientais para o Ocidente. Isso levou a uma crescente aceitação e reconhecimento das terapias integrativas e complementares, bem como dos tratamentos naturais, por parte de muitas pessoas no Ocidente.

A medicina tradicional chinesa, que inclui práticas como acupuntura, fitoterapia chinesa, tai chi, qi gong e outras, tem sido cada vez mais estudada e adotada em países ocidentais devido aos seus potenciais benefícios para a saúde e bem-estar. Muitos estudos científicos têm sido realizados para investigar a eficácia dessas terapias, o que tem contribuído para sua aceitação pela comunidade médica e pela população em geral.

O Fenômeno do Dr Lair Ribeiro e a mudança de paradigmas na sociedade brasileira

O Dr. Lair Ribeiro contribui de forma significativa para a aceitação dos produtos naturais no mercado brasileiro. Como médico e palestrante renomado, com vasta experiência de trabalho nos Estados Unidos e na área da pesquisa, ele tem desempenhado um papel importante na divulgação de informações sobre saúde e bem-estar, incluindo o uso de produtos naturais e terapias complementares.

Dr. Lair Ribeiro é conhecido por promover uma abordagem holística da saúde, que inclui não apenas tratamentos convencionais, mas também práticas baseadas na natureza e na prevenção de doenças. 

Ele defende a importância da alimentação saudável, da atividade física regular e do uso de suplementos naturais para manter a saúde e prevenir doenças.

Por meio de seus livros, palestras, entrevistas e vídeos online, o Dr. Lair Ribeiro compartilha seu conhecimento sobre os benefícios dos produtos naturais, como ervas medicinais, vitaminas, minerais e outros suplementos nutricionais. 

Ele aborda questões como a importância da nutrição adequada, o papel dos antioxidantes na saúde e os benefícios de uma abordagem integrativa para o tratamento de doenças.

Com sua influência e credibilidade, o Dr. Lair Ribeiro tem ajudado a conscientizar o público brasileiro sobre os benefícios dos produtos naturais e terapias complementares, contribuindo assim para uma maior aceitação e adoção dessas práticas na busca por uma vida mais saudável e equilibrada.

Além disso, a crescente busca por abordagens holísticas e naturais para a saúde, juntamente com uma maior conscientização sobre os efeitos colaterais e limitações dos tratamentos convencionais, também tem impulsionado o interesse e a aceitação das terapias integrativas e complementares no Ocidente.

Atualmente qual o papel das terapias integrativas e complementares?

Apesar das terapias complementares terem sido perseguidas e desacreditadas ao longo da história por questões de preconceito, interesses políticos e financeiros, e pela falta de compreensão e aceitação geral, elas apresentam  potenciais benefícios para a saúde e bem-estar. 

No entanto, ainda existem desafios e controvérsias em torno da regulamentação e padronização dessas práticas, bem como da integração delas com os sistemas de saúde convencionais. No entanto, o movimento em direção à aceitação e reconhecimento das terapias naturais e complementares continua a crescer à medida que mais pessoas buscam opções de tratamento que abordem não apenas os sintomas, mas também as causas subjacentes das doenças.



Práticas integrativas e complementares grupais no sus e o diálogo com a educação popular

O livro aborda a inclusão das Práticas Integrativas e Complementares Grupais (PIC’s) na atenção básica do SUS e seu impacto nas transformações das práticas de cuidado. Recebeu elogios por suas citações e utilidade para quem busca informações sobre a implementação dessas práticas.

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