A ozonioterapia pode combater a inflamação?
A ozonioterapia pode combater a inflamação?
1- O que é a inflamação?
A inflamação é uma reação natural biológica do corpo a danos, lesões ou infecções e de qualquer estímulo prejudicial como infecções e injúrias.
Esse processo do organismo envolve:
- células imunes,
- vasos sanguíneos
- mediadores moleculares.
Durante a reação de inflamação ocorre a liberação de várias substâncias químicas como:
- citocinas,
- quimiocinas (e.g. TNF-α, lipoxinas, cininas, prostaglandinas, leucotrienos)
- proteínas de sinalização.
Essa liberação de substâncias tem a finalidade de:
- eliminar as células danificadas
- reparar o dano tecidual local.
- proteger as proteínas de sinalização celular no tecido danificado
- fortalecer a ação de células migratórias
- bloquear, inativar ou eliminar o agente causador.
Esse processo inflamatório complexo está em geral relacionado tanto com o surgimento de doenças agudas como viroses ou doenças bacterianas como também com doenças crônicas como obesidade, diabetes, arteriosclerose, câncer e distúrbios neurodegenerativos.
Quando a inflamação é prolongada como nos casos de doenças crônicas e mais graves, ocorre:
- um avanço da infiltração de células imunes
- produção de citocinas inflamatórias no tecido lesionado,
- podendo até chegar a uma necrose tecidual.
Durante uma resposta inflamatória, os macrófagos também são ativados e a função deles é promover a fagocitose, que é o processo do macrofago digerir e destruir os patógenos.
2- De que forma o ozônio pode combater a inflamação?
Foi publicado por pesquisadores de uma Universidade Federal do Brasil, em uma revista científica um artigo que teve como objetivo de estudar de forma sistemática para conseguir:
- Enfatizar a relevância dos estudos com a ozonioterapia realizados em humanos,
- Revisar pesquisas a respeito da atuação da ozonioterapia em feridas, neuropatias, infecções e inflamações
Nesse trabalho foi revisado os estudos publicados em língua inglesa no período de 2015 a 2020 tendo como referências as principais bibliotecas de artigos e selecionando os estudos de maior evidência científica, escolhendo os seguintes tipos de artigos:
- ensaios clínicos controlados e randomizados,
- relatos de casos ou série de casos,
- estudos em modelo experimental e in vitro
Eles encontraram as seguintes publicações:
- 17 abordaram feridas,
- 30 sobre infecção,
- 20 inflamação,
- 3 sobre neuropatia.
Nesse trabalho eles referiram que tem sido realmente verificado que o ozônio tem propriedades terapêuticas em diversos segmentos da saúde em diversos estudos.
Existe uma das mais fortes verificações é de que quando ele é usado como tratamento em distúrbios neurológicos, as chamadas neuropatias.
Relataram que existem muitos casos bem sucedidos de severas dores na cabeça e na face que seriam intratáveis com outros tipos de tratamentos e por isso o ozônio tem sido utilizado para tratar dores intensas
Eles explicaram ainda que esse poder de tratamento é derivado ao seu potencial antioxidante e anti inflamatório.
Um caso muito interessante que eles relataram nesse trabalho foi o caso:
Uma senhora de 67 anos que apresentava uma gangrena no pé diabético manifestando úlceras cheias de pus.
O procedimento foi o seguinte: após ela ter sofrido uma cirurgia de remoção da gangrena a ferida, a senhora foi tratada com ozonioterapia e os profissionais verificaram que a cicatrização do pé da paciente ocorreu de forma muito boa, pois estimulou o crescimento da pele.
Eles relataram que o que contribuiu para isso foi o fato de que não houve um aumento da infecção e assim a cicatrização cirúrgica ocorreu de forma bem sucedida.
Após descrever o relato de dos estudo examinados os pesquisadores concluíram que a aplicação local de ozônio demonstrou uma forte capacidade bactericida, capaz de limpar a ferida e promover o crescimento de tecido de granulação na fase posterior do enxerto de pele e do transplante de retalho de pele para reparar a ferida.
Referiram ainda uma explicação para que isso ocorra:
O ozônio age diretamente
no metabolismo do oxigênio a nível celular, - chamado ciclo de krebs, que contribui para o chamado metabolismo energético pois as nossas células utilizam o oxigênio junto com outros nutrientes para produzir energia, chamada de ATP ( trifosfato de adenosina) para nosso corpo utilizar nas funções orgânicas.
no estímulo na produção de enzimas que atuam como protetores de radicais livres e da parede celular: glutationa peroxidase, catalase e superóxido dismutase.
Vale a pena lembrar que os radicais livres são moléculas liberadas pelo metabolismo do corpo, especialmente em momentos de estresse e são muito instáveis e reativas, que podem causar doenças degenerativas de envelhecimento e morte celular.
Eles ainda referem que recentemente, foram publicados relatórios sobre o corpo humano, elucidando para a comunidade que o nosso organismo é capaz de gerar ozônio internamente naturalmente como forma de combater infecções.
3- Resumo:
É de extrema importância esclarecer a população que já existem pesquisas que indicam que o ozônio pode ser usado de forma benéfica na saúde, mas que precisam de mais pesquisas para compreender melhor e que se possa usar sempre de forma segura e eficaz.
4- Referências Bibliográficas
ETIENNE; VIEGAS; VIEGAS JUNIOR,. Aspectos Fisiopatológicos da Inflamação e o Planejamento de Fármacos: uma Visão Geral Atualizada. 2021. Disponível em: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v13n1a12.pdf. Acesso em: 8 ago. 2023.DIAS, Eleusa Nogueira; ANDRADE, Kayan Felipe de Oliveira; SILVEIRA, Rayane da Silva; MACHADO, Rachel Rocha Pinheiro. A atuação da ozonioterapia em feridas, neuropatias, infecções e inflamações: uma revisão sistemática. 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/29786/23501. Acesso em: 8 ago. 2023.
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